Com certeza você já ouviu o termo IST. A sigla se refere às Infecções Sexualmente Transmissíveis, que são transmitidas em relações sexuais desprotegida. Mas, por que é tão importante falarmos sobre esse assunto?
De acordo com o Ministério da Saúde, somente 56,6% dos brasileiros entre 15 e 24 anos usam camisinha com parceiros eventuais. Com parceiros fixos, o número é ainda menor: apenas 34,2% utilizam camisinha.
Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados mais de 1 milhão de novos casos de ISTs diariamente no mundo.
Por isso, é muito importante fazer exames de IST com regularidade, para identificar infecções desse tipo que são silenciosas, ou seja, não apresentam sinais nem sintomas.
Se você se preocupa em fazer exames de rotina para detectar precocemente doenças, como anemia, por exemplo, por que não incluir os exames de IST?
O que é IST
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos.
Essas infecções são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de preservativos masculinos ou femininos, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Veja também: Exames laboratoriais e a importância dos cuidados pré-analíticos
Existem mais de 30 tipos de Infecções Sexualmente Transmissíveis, mas as mais conhecidas são:
HIV
A sigla significa vírus da imunodeficiência humana e é um retrovírus que altera o DNA dos linfócitos (responsáveis pela defesa do organismo) para fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Ao contrário do que muitos pensam, ter HIV não é o mesmo que ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.
Os soropositivos, que têm ou não AIDS, podem transmitir o vírus para outras pessoas por meio de relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção.
Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
Sífilis
A sífilis é uma infecção que tem cura causada por bactéria. Os principais sintomas são ferida (geralmente única, no local de entrada da bactéria) e manchas no corpo, que geralmente não coçam. Pode ocorrer também febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
Se não tratada, a longo prazo, pode atingir órgãos vitais e levar a sequelas irreversíveis.
A transmissão pode ocorrer por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é imprescindível.
Herpes genital
É causada pelo vírus do herpes simples (HSV) e provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos. Pode ser transmitida de uma pessoa para outra por relação sexual sem camisinha ou pelo contato com as lesões presentes na região genital causadas pelo vírus.
Não tem cura e o vírus pode permanecer assintomático por muitos anos. A doença costuma aparecer em momentos de imunidade baixa, como estresse, alterações hormonais ou outras infecções.
Infecção por papilomavírus humano (HPV)
É um dos tipos mais comuns de IST e pode ser prevenida com vacina. Algumas formas de HPV colocam as mulheres em alto risco de câncer cervical, já outras causam verrugas genitais. A doença geralmente não apresenta sinais ou sintomas. O diagnóstico é feito por meio de exames preventivos anuais no colo do útero, para monitorar o aparecimento de possíveis lesões. O tratamento das verrugas genitais deve ser individualizado, a depender da extensão, quantidade e localização das lesões. Podem ser usados laser, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo.
Hepatite
Hepatite A, hepatite B e hepatite C são infecções virais contagiosas que afetam o fígado. É possível prevenir o tipo B com vacina.
Algumas pessoas nunca desenvolvem sinais ou sintomas da hepatite, mas para aquelas que sentem algo, os sinais e os sintomas podem ocorrer várias semanas após a exposição e incluem fadiga, náusea, vômito, dor abdominal (especialmente na área do fígado), perda de apetite, febre, urina escura, dores musculares ou articulares, e icterícia.
O diagnóstico identifica o vírus e é feito por meio de testes de função hepática e sorologia. O tratamento para hepatite pode ser feito apenas com repouso, boa alimentação e hidratação. Porém, em alguns casos, o médico poderá prescrever o uso de medicamentos.
Clamídia
Causada por uma bactéria, a clamídia atinge, na maioria das vezes, os órgãos genitais, mas pode afetar também a garganta e os olhos. Essa doença muitas vezes é silenciosa e pode acometer homens e mulheres com vida sexual ativa.
É transmitida por meio de relações sexuais sem o uso de preservativos ou pode também ser congênita, ou seja, pode ser passada de mãe para filho durante a gravidez. O período de incubação da clamídia é de aproximadamente 15 dias, fase em que é possível o contágio.
A infecção pode ser assintomática. Quando os sintomas aparecem, são parecidos em homens e mulheres: dor ou ardor ao urinar, aumento do número de micções, presença de secreção fluida, as mulheres podem apresentar, ainda, perda de sangue nos intervalos do período menstrual e dor no baixo ventre.
Exame de IST
Os exames para detectar ISTs podem ser realizados junto aos check-ups periódicos ou quando há um comportamento de risco, como ferimentos após compartilhamento de objetos cortantes ou perfurantes (como seringas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros) ou relações sexuais desprotegidas.
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